Olá pessoal.
Creio que muitos, assim como eu não tinha, não tenham ideia do que se passou nesse lugar. Não que ninguém saiba as atrocidades ocorridas por lá, mas estar no lugar em que tudo aconteceu e escutar histórias da boca de pessoas locais (os guias foram "treinados" por sobreviventes de Auschwitz) e ver tudo com os próprios olhos é algo que nenhum livro de história consegue transparecer. Na ida ao campo, não tinha ideia do tipo de "tour" que faria e confesso que muitas vezes tive vontade de chorar durante as explicações. Caso você não se sentir a vontate com o tema, não leia esse post.
Creio que muitos, assim como eu não tinha, não tenham ideia do que se passou nesse lugar. Não que ninguém saiba as atrocidades ocorridas por lá, mas estar no lugar em que tudo aconteceu e escutar histórias da boca de pessoas locais (os guias foram "treinados" por sobreviventes de Auschwitz) e ver tudo com os próprios olhos é algo que nenhum livro de história consegue transparecer. Na ida ao campo, não tinha ideia do tipo de "tour" que faria e confesso que muitas vezes tive vontade de chorar durante as explicações. Caso você não se sentir a vontate com o tema, não leia esse post.
As informações foram tiradas do mini-guia que comprei lá no campo.
O MUSEU ESTATAL AUSCHWITZ-BIRKENAU fica na cidade de Oświęcim a 55km de Cracóvia.
Durante cinco anos, o campo de concentração de Auschwitz despertou a sensação de horror entre os povos dos países ocupados por hitleristas, durante a WW II.
Durante cinco anos, o campo de concentração de Auschwitz despertou a sensação de horror entre os povos dos países ocupados por hitleristas, durante a WW II.
KL Auschwitz, criando em 1940 e destinado no início para os prisioneiros políticos poloneses. converteu-se, com o decorrer do tempo, num campo internacional. Os hitleristas começaram a mandar para o campo as pessoas de toda a Europa, sobretudo judeus - cidadão de vários países, assim como prisioneiros de guerra soviéticos e os ciganos. Entre os prisioneiros encontrávam-se também tchecos, iugoslavos, franceses, austríacos, alemães, entre outros.
No fim do ano de 1939, na oficina do Chefe Superior das SS e da Polícia de Wroclaw, surgiu a idéia da criação de um campo de concentração. A proposta da criação de um novo campo foi motivada pela superlotação das prisões já existentes na Silésia. A escolha do lugar incidiu numa caserna abandonada do pré-guerra, em Oświęcim. Graças à sua localização, a alguma distância da área edificada da cidade, podia ser facilmente expandida e isolada. Um outro fator significante foi a posição conveniente de Oświęcim - um entroncamento ferroviário importante - na rede de comunicação então existente.
Inicialmente, o campo abrangia 20 edifícios - 14 térreos e 6 de um andar. Nos anos 1941/42, não só se procedeu à anexação de um andar a todos os edifícios térreos, como também se assistiu à construção adicional de 8 edifícios, com recursos a uma mão-de-obra gratuita - os seus prisioneiros. Na totalidade, o campo contava com 28 prédios de um andar (excluindo a cozinha e os barracões de armazenamento). O número dos prisioneiros variava entre os 13 e os 16 mil, em um só dia, alcançando apenas uma única vez a quantidade de 20 mil pessoas. Os prisioneiros eram alojados em blocos, onde os sótãos assim como os subterrâneos eram também utilizados para este fim. Juntamente com o número crescente de prisioneiros, a área do campo também foi sendo ampliada, transformando-se em um autêntica fábrica de morte. O campo em Oświęcim - KL Auschwitz tornou-se o campo-base de toda a restante rede de campos.
Em 1941, aldeia chamada Brzezinka, situada a 3km de Oświęcim, começava a construção dum segundo campo-designado, mais tarde, como KL Auschwitz II - Birkenau, sedo seguido, em 1942, da formação do campo de Monowice, perto de Oświęcim, na zona industrial da fábrica IG Farbenindustrie. Além disso, nos anos 1942-44, eram criados cerca de 40 campos ajudantes, submetidos à jurisdição de KL Auschwitz III, encontrando-se, sobretudo, nas proximidades de fundições, minas e várias fábricas, que utilizavam os prisioneiros como mão-de-obra.
Para se entrar no campo de Auschwitz I é necessário passar por um portão adornado com a frase "Arbeit mach frei" (O trabalho liberta), que constituia, no fundo, o lema dos campos de concentração nazis. Os prisioneiros atravessavam este portão diariamente, partindo e voltando extremamente fatigados, depois de dezenas de horas de trabalho. Numa praça pequena, ao lado da cozinha, a orquestra do campo tocava marchas a fim de dinamizar a passagem dos prisioneiros e facilitar às SS a contagem dos mesmos.
KL Auschwitz foi o maior campo de concentração nazistas para os poloneses, assim como para outros prisioneiros de várias nacionalidade, condenados pela facismo hitlerista à isolação de á morte gradual por fome, pelo trabalho duro e pelas experimentações ou então à morte imediata, em consequência de execuções individuais ou em massa.
A partir do anos de 1942, o campo transformou-se, simultaneamente, no maior centro de extermínio de judeus europeus. A maioria deles, deportados para Auschwitz, perecia imediatamente á chegada ao campo, nas câmaras de gás, sem nem sequer terem sidos registrados e identificados com um número. Por isso, é muito difícil determinar o número exato de vítimas. O número estimado é de 1,5 milhões de pessoas!
A maioria dos judeus condenados à exterminação, no campo de Auschwitz, era convencida de que estava a ser deportada para se estabelecer no leste da Europa. Sobretudo, enganava-se judeus provenientes da Grécia e Hungria, aos quais os hitleristas tinham vendido lotes inexistente, fazendas, lojas e oferecido trabalho fictício em fábricas. Devido a este fato, os deportados traziam consigo os objetos mais preciosos, no conjunto de seus bens.
A distância que separava os detidos de Auschwitz cegavam a 2400km; porém este longo caminho era percorrido em vagões selados sem direito a qualquer alimentação. Apinhados em vagões, viajavam até Auschwitz, às vezes durante 7 a 10 dias. Portanto, na chegada, quando se abriam as portas dos vagões, uma parte dos deportados, na sua maioria crianças e idosos, estava morta, enquanto o resto se encontrava em estado de extrema exaustão.
Até 1944, os comboios paravam na estação de mercadorias de Auschwitz; posteriormente, começaram a parar no cais da estação em Birkenau, construído especialmente para este fim, onde os oficiais e médicos das SS efetuavam a separação criteriosa dos deportados, dirigindo para o campo os aptos para o trabalho e os inaptos para as câmaras de gás. Cerca de 70-75% dos deportados passava diretamente às câmaras de gás.
Aqueles enviados a câmara de gás entravam para um vestiário subterrâneo. Iam tranquilos porque depois da seleção, as SS tinham-lhes assegurado de que iam tomar banho. Ordenavam-lhes que se despissem e, em seguida, passavam a um outro local subterrâneo, onde supostamente iriam tomar o banho. Debaixo do teto, foram instalados alguns chuveiros que nunca foram ligados à rede de distribuição de água. Neste local de 210m² de superfície, entrava, de uma só vez, cerca de 2000 vítimas. Depois de fechada a porta, as SS despejavam o gás Zyklon B através das aberturas situadas no teto. As vítimas morriam em 15-20 minutos. Aos cadáveres extraía-se dentes de ouro, cortava-se os cabelos, retirava-se os anéis e os brincos;depois eram transportados para os fornos crematórios, ou, caso estes não fossem suficientes, para as piras de incineração. Somente em Auschwitz, nos anos 1942-1943, foram usados cerca de 20.000kg deste gás, sendo que para matar 1500 pessoas eram necessários 5-7kg do gás.
No momento da libertação do campo Auschwitz, o Exército Vermelho encontrou nos armazéns cerca de 7000kg de cabelo conservado em sacos.Era o resto do cabelo que as autoridades d campo não conseguiram vender e enviar às fábricas localizadas no interior do III Reich. As empresas alemãs utilizavam o cabelo para produção dos tecidos de crina.
Para aqueles que eram selecionados a trabalhar no campo, eram confiscados todos os seus bens e roupas pessoais, cortava-se-lhe os cabelos, passavam por um banho de desinfecção, eram registrados e recebiam uma roupa carcerária a qual era identificada por um triângulo de diferentes cores, de acordo com o motivo de detenção do prisioneiro. A roupa carcerária não protegia do frio. A roupa íntima eram mudada nos intervalos de algumas semanas ou até de alguns meses e os prisioneiros não tinham nenhuma oportunidade de lavá-las. Este fato contribuía para a propagação de epidemias de várias doenças, particularmente do tifo exantemático e abdominal, e da sarna.
Além do trabalho exaustivo, muitas vezes os prisioneiros eram chamados e deveriam permanecer de cócoras, joelhos ou com os braços levantados por horas.
A alimentação eram precária: cerca de 1500 calorias por dia. Chá ou "café" de manhã, sopa de legumes (não necessariamente frescos) no almoço e pão seco acompanhado de uma salsicha, manteiga ou queijo. O trabalho exaustivo e a fome causavam um esgotamento físico que, por sua vez, levava à desnutrição, que terminavam em morte. Alguns prisioneiros sobreviventes, chegaram a perder até 35 kg durante a sua permanência no campo.
O bloco 11 de Auschwitz I era a prisão dentro da prisão e ali se aplicavam os castigos. Alguns deles consistiam em prendê-los por vários dias em cela demasiado pequena para sentar-se. Outros eram executados, pendurados ou deixados a morrer de fome.
As câmaras de gás do Birkenau foram destruídas pelos nazis em novembro de 1944 com a intenção de esconder as atividades do campo das tropas soviéticas. Em 17 de janeiro de 1945 os nazistas iniciaram uma evacuação do campo. A maioria dos prisioneiros deveria partir para o oeste. Aqueles muito fracos para caminhar foram deixados para trás. Perto de 7.500 prisioneiros (ou 3.000 segundo outras fontes), pesando entre 23 e 35Kg, foram liberados pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945.
Estima-se que perto de 8 mil membros da SS serviram em Auschwitz realizando pequenas ou grandes tarefas com o objetivo de obter a solução final ao problema judeu. A maioria deles sobreviveram à guerra. Deles, somente 750 foram levados a julgamento e a maioria somente em relação com crimes contra a população polonesa.
O Museu de Auschwitz foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO, em 1979 - um alerta permanente sobre o potencial de crueldade do ser humano. Em 2008,o Museu foi visitado por mais de um milhão de pessoas.
Essa epígrafe, escrita em todos os idiomas das vítimas que lá morreram, está gravada no memorial de Auschwitz-II-Birkenau.
"Que este lugar, onde os nazistas assassinaram um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, a maioria judeus de vários países da Europa, seja para sempre um grito de desespero e um alerta para a humanidade".
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