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sábado, 21 de junho de 2014

Mamma Mia Musical

Eu adoro o ABBA e havia algum tempo que queria ir no Musical que está em cartaz em Stuttgart há anos. Falei com a Nicole e ela topou na hora de ir comigo e ainda levou a mãe dela!


Fiquei meio decepcionada porque todas as músicas foram cantadas em alemão - lógico, um musical na Alemanha vai sei em alemão para que as pessoas entendam a história. Mesmo assim foi o máximo! O espetáculo durou quase 3 horas com uma pausa no meio (coisa de alemão) e no final tava eu e a mãe da Nicole curtindo o bis a la ABBA. Muito legal!

Acho que nasci na década errada :)




sexta-feira, 3 de abril de 2009

POLÔNIA - Kraków

Em 1257, Cracóvia recebeu do Duque Boleslau uma carta contitucional. Ela foi de fundamental importância, já que estabeleceu um governo local e privilégios comerciais, estimulando o desenvolvimento futuro da cidade. A carta estipulava que uma grande praça central (Rynek Glówny), cercada por uma rede regular de ruas, seria o centro da cidade. A área de cada lote determinava o tamanho das casas. Embora a arquitetura tenha se tornado mais opulenta ao longo dos séculos, esse esquema urbano permaneceu quase intacto, e até hoje a Cidade Velha é o centro da moderna Cracóvia. Muitas das ruas são reservadas a pedestres e nelas se concentram um grande número de edifícios históricos.




Por quase seis séculos, Cracóvia foi capital e uma das maiores cidadas da Polônia. Até 1596, quando a Corte e o Parlamento transferiram-se para Varsóvia, o Castelo de Wawel era a sede do Governo. Cracóvia manteve, contudo, o prestígio dos tempos de capital oficial, com os reis sendo coroados e enterrados na catedral do monte Wawel.

A Cracóvia foi uma das poucas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial e ainda mantém o charme original do Velho Mundo. O Centro Antigo, a ampla praça Rynek Glówny (com 40.000m², muitos dizem ser a maior praça da Europa) e o imponente Castelo Wawel, sem falar no distrito judeu de Kazimierz, onde foram gravadas cenas do filme "A Lista de Schindler", atraem visitantes de todo o planeta. A Cracóvia é o destino turístico número 1 da Polônia – a cidade, inclusive, está à altura das rivais Viena (Áustria), Budapeste (Hungria) e Praga (República Checa).

A cidade desempenha um papel importante na identidade nacional. Cracóvia via sempre estará relacionada ao seu ex-residente mais ilustre, Karol Józef Wojtyla, o papa João Paulo II, que foi arcebispo da cidade. Ele é a imagem de um país que se orgulha de sua fé fervorosa.
Outro polonês conhecido foi Copérnico. O homem que tirou a Terra do centro do universo, estudou em Cracóvia.
Logo que desembarquei na estação de trem de Cracóvia (26.03.09) soube que iria amar aquele lugar. Pessoas simpáticas (apesar dos ucranianos e russos não concordarem) sempre estavam com um suorriso no rosto. No meu segundo dia (27.03.09), fui à Auschwitz, uma experiência indescritível. Pra variar, fui sozinha e, nesse caso, não foi uma boa idéia. Só pra ajudar aqueles que um dia irão visitar o campo, há 3 maneiras de visitar Auschwitz:
- Tour saindo de Cracóvia: transfer + guia no campo = 80-90 PLN
- Trem saindo de Cracóvia (Estação de trem): vai até a estação de Oswiecim, a uns 3km do campo = 20-25 PLN (ida e volta)
- Ônibus ou van saindo de Cracóvia (Rodoviária, atrás da Estação de trem): vai a até o Museu de Auschwitz = 10 PLN o trecho. (Fui de van [tempo: 1:20] e voltei de ônibus [tempo: 2horas, por causa do trânsito do final da tarde])

Não é necessário pagar para entrar no campo. A opção que recomendo é pegar o tour guiado oferecido pelo Museu (39 PLN). Os guias são super bem preparados e conhecer tudo sobre o campo. Com o ingresso pro tour, você recebe um fone de ouvido e uma espécie de rádio (depósito de 20 PLN). O Guia tem um microfone o qual é sintonizado na mesma frequência do rádio dos visitantes, evitanto do guia ter que falar muito alto durante o tour. Essa é uma das regras para os visitantes. Também não é permitido comer, falar em celular, tirar fotos no interior dos prédios, entre outros. Fiquei impresionada pois foi o primeiro lugar que visitei onde as pessoas respeitavam essas regras.

Mas enfim, no ônibus de volta pra Cracóvia estava conversando com dois japoneses (eles tinha jaquetas igual a do Jaspion! hehehe...) e de repente as pessoas qu estavam na minha entram na conversa. Eram dois canadenses (Sarah e Tanner) de Vancouver (eu tava no céu né...)!! Conversamos todo o caminho de volta e depois de tanto papo até me esqueci do "passeio" cabuloso por Auschwitz. Chegamos em Cracóvia no final da tarde eu eu só tinha tomado café naquee dia. Eles me convidaram pra comer alguma coisa com eles e claro que não deixei a oportunidade passar né:) Eles estão morando em Viena mas o alemão deles não era muito bom não, por isso falamos inglês mesmo. Fomos até o hostel deles e lá pedimos uma dica de um bom restaurante por aquelas bandas. Nos recomendaram o Zapraszamy, um restaurante de comida polonesa. Fomos até lá e a comida era simplesmente maravilhosa! E o melhor, MUITO barata, pra quem tem euros na mão:D Existem duas filiais na cidade e quando bateu 19hrs, aquela onde nós estávamos fechou a cozinha. O detalhe é que apesar de já termos comido um prato, a fome ainda era grande!.. Hehehe. A dica do restaurante foi de ir até a outra filial que ficaria aberta até às 22hrs. Lá fomos nós, hehehe. Era um pouco mais caro mas nada comparado a um janter em München. A média de preço por um prato pierogui era de 10-15 PLN. Ahhh, só pra constar, com um Euro eu comprava 4,60 PLN, ou seja, uma refeição num restaurante nunca saia mais do que 5 Euros!

No dia seguinte (28.03.09) acordei cedo e fui explorar a cidade. Andei bastante e decidi por começar o meu dia no Museu Czartoryski. Este museu foi feito com a coleção de arte dos membros da família Czartoryski. Duas famosas obras internacionais estão aqui: A dama com um Arminho (Lady with an Ermine), de Leonardo da Vinci, e Paisagem com o bom Samaritano (Landscape with the Good Samaritan), de Rembrandt. O museu também apresenta um acervo de antiguidades do Oriente Médio, da Grécia e do Egito. A pintura do da Vinci é realmente impressionante. Fique vários minutos obervando a pintura, ia de um lado pro outro, e a impressão que eu tinha era a de que a "Dama" virava a cabeça toda vezes que eu tentava olhar pa ela... muito doido, hehehe. (10PLN + 15PLN pra tirar foto.)

Saindo do museu, continuei vagando e tirando fotos pela Cidade Velha. Foi então que o meu celular toca, era o Tanner dizendo que eles estavam na praça. Nos encontramos e passeamos pelo Mercado e esperamos bate meio dia pois os nossos guias indicavam um acontecimento na torre da Igreja de Santa Maria. Ela fica na parte leste da praça e possui duas torres góticas. Conta a lenda que a construção das torres foi fruto de uma aposta entre dois príncipes irmãos. Venceria quem conseguisse erguer a mais alta. Um deles venceu, é óbvio, embora hoje já nem se saiba exato quem foi. Outra lenda circunda as torres. Conta-se que durante uma invasão, um tocador de clarim foi até uma das janelas da torre cumprir o seu dever, o de alertar os soldados sobre o perigo próximo. Enquanto ele tocava, levou uma flechada certeira no pescoço e morreu. Até hoje, a cada hora cheia, um tocador de clarim aparece nas pequenas janelas da torre e toca o instrumento na direção dos quatro pontos cardeais. Mas o toque é interrompido bruscamente, simbolizando o momento exato que o outro homem, há séculos, foi atingido pelo inimigo.
No interior a igreja a grande relíquia é o altar de madeira de 12m de altura do século 15, feito por Veit Stoss. Mas o que mais me chamou atenção foi o colorido das peareces e pinturas ao longa da igreja. Muito diferente das igrejas famosas do resto da Europa. (6 PLN + 5 PLN pra foto)

Como já se passava da uma da tarde, resolvemos achar algum lugar pra almoçar. O meu guia indicava um restaurante descrito como "ridiculamente barato", e foi pra lá que fomos, hehehe! Se o primeiro restaurante já era barato esse aí era mais ainda. Não é um restaurante turístico, é tipo bandeijão mesmo, mas foi uma experiência legal. Comi alguma coisa que lembrava umas panquecas de batata com uma espécie de ensopoado de carne e estava um delícia! O nome do lugar é "Pod Temida" e fica na Grodzka, 44. A comida e uma Coca 500ml me custaram a importância de 13PLN, ou menos de 3 euros!

A próxima parada foi o Monte Wawel. Por volta de 1036, Casimiro, o Restaurador, fez da cidadela sobre o Monte Wawel a sede do poder político na Polônia. No século 16, os reis jagiellos transformaram o castelo gótico num majestoso palácio renacentista e dotaram sua catedral de novas capelas e obras de arte. Essa é a casa espiritual do estado polonês, comprovando o link histórico entre a realeza e a Igreja Católica. As capelas e tumbas reais guardam os corpos dos mais importantes membros, como o rei Kazimierz. O ingresso (10 PLN) também dá direito à subida até o sino Zygmunt, do século 16, que só badala em ocasiões importantes, como a da morte do papa João Paulo II.


Voltamos para a cidade e nos sentamos num dos bares que ficam ao redor da praça central tomando um café e aproveitando os últimos raios de sol do dia.

O jantar foi mais uma vez no Zapraszami e depois fomos até o hostel da Sarah e do Tanner ver se arranjávamos algum lugar pra sair. Lá encotramos mais uns ingleses e fomos, coincidentemente, numa balada, no mesmo lugar onde havíamos tomado nosso café no final da tarde. Quando vi o preço da Paulaner naquele lugar não pensei duas vezes, só não toma 500mL da melhor cerveja do mundo por pouco mais de 2 euros quem for muito bobo! :P


Voltei pro Hostel alta da madrugada e quando vou entrar no quarto dou de cara com um recado. O horário de verão estaria mudando naquela noite! Ou seja, uma hora a menos pra dormir, uma hora a menos pra aproveitar a cidade e um motivo a mais pra eu prestar atenção no horário e não perder o ônibus de volta pra Frankfurt, hehehe.

No meu último dia na Cracóvia (29.03.09) não fiz muita coisa, até porque o cansaço estava acumulado de tão pouco que havia dormido nos últimos dias. Fui até o bairro judeu e Cracóvia, mas não visitei nenhuma Sinagoga. Tirei algumas fotos e no caminho de volta pro centro, achei por um acaso uma feira por lá, até que era bem agitada e estavam vendendo basicamente roupas. Queria ter ido visitar a fábrica de Oskar Schindler, onde algumas cenas do "A lista de Schindler" foram filmadas, mas já estava voltando pro centro e teria que andar mais várias quadras até lá e acabei desistindo da visita.


Meu útimo almoço na Polônia deveria ser especial, e escolhi mais um restaurante indicado no meu guia. Zapiecek é o nome do restaurante onde se come o melhor Pierogi da Cidade. Não tem muito mais além disso pra se comer lá e eles ficam aberto 24 horas! Pelo que eu entendi, o cardápio da noite é um pouco diferenciado, mas a comida continua sendo polonesa:) Lá você encontra Pierogi pra todos os gostos e a fama do melhor Pierogui da cidade foi comprovada! O preço, nem preciso falar que foi barato né... 8 PLN por uma "pratada" :D

Passeio no Hostel pra pegar a minhas coisas e fui um pouco mais cedo pra Rodoviária/Shopping/Estação de trem. Gastei meus últimos Zlots na confeitaria pra provar os maravilhosos bolos poloneses. Com essa passadinha na confeitaria, cheguei na Rodoviária meio em cima do laço e não estava conseguindo achar o ônibus que teria que pegar. Quando estava perguntando pra alguém onde poderia achar o tal ônibus, escuto um anúncio em polonês no sistema de som. Não preciso dizer que só entendi "Carolina Wolff" e "Frankfurt" de tudo o que foi dito né.... sorte que a pessoa que estava me ajudando era polonês e me disse que deveria ir até a plataforma 9. Ufa! Hehe...

Foram 14 horas de viagem até Frankfurt e cheguei em casa às 8hrs da manhã do dia 30.03.09.
Não tive muito tempo de descansar não... já era hora de trabalhar e começar pesquisar sobre a viagem da semana que vem.

Viena, aí vou eu!!!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

POLÔNIA - AUSCHWITZ (Oświęcim)

Olá pessoal.

Creio que muitos, assim como eu não tinha, não tenham ideia do que se passou nesse lugar. Não que ninguém saiba as atrocidades ocorridas por lá, mas estar no lugar em que tudo aconteceu e escutar histórias da boca de pessoas locais (os guias foram "treinados" por sobreviventes de Auschwitz) e ver tudo com os próprios olhos é algo que nenhum livro de história consegue transparecer. Na ida ao campo, não tinha ideia do tipo de "tour" que faria e confesso que muitas vezes tive vontade de chorar durante as explicações. Caso você não se sentir a vontate com o tema, não leia esse post.

As informações foram tiradas do mini-guia que comprei lá no campo.

O MUSEU ESTATAL AUSCHWITZ-BIRKENAU fica na cidade de Oświęcim a 55km de Cracóvia.
Durante cinco anos, o campo de concentração de Auschwitz despertou a sensação de horror entre
os povos dos países ocupados por hitleristas, durante a WW II.

KL Auschwitz, criando em 1940 e destinado no início para os prisioneiros políticos poloneses. converteu-se, com o decorrer do tempo, num campo internacional. Os hitleristas começaram a mandar para o campo as pessoas de toda a Europa, sobretudo judeus - cidadão de vários países, assim como prisioneiros de guerra soviéticos e os ciganos. Entre os prisioneiros encontrávam-se também tchecos, iugoslavos, franceses, austríacos, alemães, entre outros.



No fim do ano de 1939, na oficina do Chefe Superior das SS e da Polícia de Wroclaw, surgiu a idéia da criação de um campo de concentração. A proposta da criação de um novo campo foi motivada pela superlotação das prisões já existentes na Silésia. A escolha do lugar incidiu numa caserna abandonada do pré-guerra, em Oświęcim. Graças à sua localização, a alguma distância da área edificada da cidade, podia ser facilmente expandida e isolada. Um outro fator significante foi a posição conveniente de Oświęcim - um entroncamento ferroviário importante - na rede de comunicação então existente.

Inicialmente, o campo abrangia 20 edifícios - 14 térreos e 6 de um andar. Nos anos 1941/42, não só se procedeu à anexação de um andar a todos os edifícios térreos, como também se assistiu à construção adicional de 8 edifícios, com recursos a uma mão-de-obra gratuita - os seus prisioneiros. Na totalidade, o campo contava com 28 prédios de um andar (excluindo a cozinha e os barracões de armazenamento). O número dos prisioneiros variava entre os 13 e os 16 mil, em um só dia, alcançando apenas uma única vez a quantidade de 20 mil pessoas. Os prisioneiros eram alojados em blocos, onde os sótãos assim como os subterrâneos eram também utilizados para este fim. Juntamente com o número crescente de prisioneiros, a área do campo também foi sendo ampliada, transformando-se em um autêntica fábrica de morte. O campo em Oświęcim - KL Auschwitz tornou-se o campo-base de toda a restante rede de campos.

Em 1941, aldeia chamada Brzezinka, situada a 3km de Oświęcim, começava a construção dum segundo campo-designado, mais tarde, como KL Auschwitz II - Birkenau, sedo seguido, em 1942, da formação do campo de Monowice, perto de Oświęcim, na zona industrial da fábrica IG Farbenindustrie. Além disso, nos anos 1942-44, eram criados cerca de 40 campos ajudantes, submetidos à jurisdição de KL Auschwitz III, encontrando-se, sobretudo, nas proximidades de fundições, minas e várias fábricas, que utilizavam os prisioneiros como mão-de-obra.

Para se entrar no campo de Auschwitz I é necessário passar por um portão adornado com a frase "Arbeit mach frei" (O trabalho liberta), que constituia, no fundo, o lema dos campos de concentração nazis. Os prisioneiros atravessavam este portão diariamente, partindo e voltando extremamente fatigados, depois de dezenas de horas de trabalho. Numa praça pequena, ao lado da cozinha, a orquestra do campo tocava marchas a fim de dinamizar a passagem dos prisioneiros e facilitar às SS a contagem dos mesmos.

KL Auschwitz foi o maior campo de concentração nazistas para os poloneses, assim como para outros prisioneiros de várias nacionalidade, condenados pela facismo hitlerista à isolação de á morte gradual por fome, pelo trabalho duro e pelas experimentações ou então à morte imediata, em consequência de execuções individuais ou em massa.

A partir do anos de 1942, o campo transformou-se, simultaneamente, no maior centro de extermínio de judeus europeus. A maioria deles, deportados para Auschwitz, perecia imediatamente á chegada ao campo, nas câmaras de gás, sem nem sequer terem sidos registrados e identificados com um número. Por isso, é muito difícil determinar o número exato de vítimas. O número estimado é de 1,5 milhões de pessoas!

A maioria dos judeus condenados à exterminação, no campo de Auschwitz, era convencida de que estava a ser deportada para se estabelecer no leste da Europa. Sobretudo, enganava-se judeus provenientes da Grécia e Hungria, aos quais os hitleristas tinham vendido lotes inexistente, fazendas, lojas e oferecido trabalho fictício em fábricas. Devido a este fato, os deportados traziam consigo os objetos mais preciosos, no conjunto de seus bens.

A distância que separava os detidos de Auschwitz cegavam a 2400km; porém este longo caminho era percorrido em vagões selados sem direito a qualquer alimentação. Apinhados em vagões, viajavam até Auschwitz, às vezes durante 7 a 10 dias. Portanto, na chegada, quando se abriam as portas dos vagões, uma parte dos deportados, na sua maioria crianças e idosos, estava morta, enquanto o resto se encontrava em estado de extrema exaustão.

Até 1944, os comboios paravam na estação de mercadorias de Auschwitz; posteriormente, começaram a parar no cais da estação em Birkenau, construído especialmente para este fim, onde os oficiais e médicos das SS efetuavam a separação criteriosa dos deportados, dirigindo para o campo os aptos para o trabalho e os inaptos para as câmaras de gás. Cerca de 70-75% dos deportados passava diretamente às câmaras de gás.


Aqueles enviados a câmara de gás entravam para um vestiário subterrâneo. Iam tranquilos porque depois da seleção, as SS tinham-lhes assegurado de que iam tomar banho. Ordenavam-lhes que se despissem e, em seguida, passavam a um outro local subterrâneo, onde supostamente iriam tomar o banho. Debaixo do teto, foram instalados alguns chuveiros que nunca foram ligados à rede de distribuição de água. Neste local de 210m² de superfície, entrava, de uma só vez, cerca de 2000 vítimas. Depois de fechada a porta, as SS despejavam o gás Zyklon B através das aberturas situadas no teto. As vítimas morriam em 15-20 minutos. Aos cadáveres extraía-se dentes de ouro, cortava-se os cabelos, retirava-se os anéis e os brincos;depois eram transportados para os fornos crematórios, ou, caso estes não fossem suficientes, para as piras de incineração. Somente em Auschwitz, nos anos 1942-1943, foram usados cerca de 20.000kg deste gás, sendo que para matar 1500 pessoas eram necessários 5-7kg do gás.

No momento da libertação do campo Auschwitz, o Exército Vermelho encontrou nos armazéns cerca de 7000kg de cabelo conservado em sacos.Era o resto do cabelo que as autoridades d campo não conseguiram vender e enviar às fábricas localizadas no interior do III Reich. As empresas alemãs utilizavam o cabelo para produção dos tecidos de crina.

Para aqueles que eram selecionados a trabalhar no campo, eram confiscados todos os seus bens e roupas pessoais, cortava-se-lhe os cabelos, passavam por um banho de desinfecção, eram registrados e recebiam uma roupa carcerária a qual era identificada por um triângulo de diferentes cores, de acordo com o motivo de detenção do prisioneiro. A roupa carcerária não protegia do frio. A roupa íntima eram mudada nos intervalos de algumas semanas ou até de alguns meses e os prisioneiros não tinham nenhuma oportunidade de lavá-las. Este fato contribuía para a propagação de epidemias de várias doenças, particularmente do tifo exantemático e abdominal, e da sarna.

Além do trabalho exaustivo, muitas vezes os prisioneiros eram chamados e deveriam permanecer de cócoras, joelhos ou com os braços levantados por horas.

A alimentação eram precária: cerca de 1500 calorias por dia. Chá ou "café" de manhã, sopa de legumes (não necessariamente frescos) no almoço e pão seco acompanhado de uma salsicha, manteiga ou queijo. O trabalho exaustivo e a fome causavam um esgotamento físico que, por sua vez, levava à desnutrição, que terminavam em morte. Alguns prisioneiros sobreviventes, chegaram a perder até 35 kg durante a sua permanência no campo.

O bloco 11 de Auschwitz I era a prisão dentro da prisão e ali se aplicavam os castigos. Alguns deles consistiam em prendê-los por vários dias em cela demasiado pequena para sentar-se. Outros eram executados, pendurados ou deixados a morrer de fome.

As câmaras de gás do Birkenau foram destruídas pelos nazis em novembro de 1944 com a intenção de esconder as atividades do campo das tropas soviéticas. Em 17 de janeiro de 1945 os nazistas iniciaram uma evacuação do campo. A maioria dos prisioneiros deveria partir para o oeste. Aqueles muito fracos para caminhar foram deixados para trás. Perto de 7.500 prisioneiros (ou 3.000 segundo outras fontes), pesando entre 23 e 35Kg, foram liberados pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945.

Estima-se que perto de 8 mil membros da SS serviram em Auschwitz realizando pequenas ou grandes tarefas com o objetivo de obter a solução final ao problema judeu. A maioria deles sobreviveram à guerra. Deles, somente 750 foram levados a julgamento e a maioria somente em relação com crimes contra a população polonesa.

O Museu de Auschwitz foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO, em 1979 - um alerta permanente sobre o potencial de crueldade do ser humano. Em 2008,o Museu foi visitado por mais de um milhão de pessoas.

Essa epígrafe, escrita em todos os idiomas das vítimas que lá morreram, está gravada no memorial de Auschwitz-II-Birkenau.


"Que este lugar, onde os nazistas assassinaram um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, a maioria judeus de vários países da Europa, seja para sempre um grito de desespero e um alerta para a humanidade".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

POLÔNIA - Wrocław

POLÔNIA

Área total: 312.679 km²
População: 38.518.241 hab.
Moeda: Złoty (PLN)

O primeiro estado polonês foi criado em 966, com um território muito semelhante ao da moderna Polônia. Tornou-se um reino em 1025 e, em 1569, fortaleceu uma longa associação com o Grão-Ducado da Lituânia para criar a Comunidade Polonesa-Lituana. Esta associação desmoronou em 1795. A Polônia recuperou sua independência em 1918, após a Primeira Guerra Mundial, mas tornou a perdê-la durante a Segunda Guerra Mundial ao ser ocupada por tropas nazistas e soviéticas. Com o fim do conflito, emergiu como um país comunista, integrante do bloco sob controle da antiga União Soviética. Em 1989, o governo comunista foi derrubado e a Polônia inaugurou a fase informalmente conhecida como "Terceira República Polonesa". Atualmente, a Polônia é uma democracia liberal, membro da União Europeia, da OTAN, da OCDE e da OMC.


Após essa breve introdução sobre a Polônia, começo os meus relatos dos meus maravilhosos dias por lá!
Bom, como vocês já sabem, esta foi uma viagem longa já que usei como meio de transporte o nosso velho e querido ônibus:) Quando comprei as passagens imaginei que seriam um ônibus leito, com poltronas confortáveis e tal... mas depois de ler alguns depoimentos na internet, percebi que o negócio não seria bem assim.
Saí de Breiteborn às 16hrs do dia 25.03.09 e peguei o trem em Gelnhausen sentindo Frankfurt. Fiz um lanche e fui esperar o tal ônibus. Dito e feito.. ele não era como eu esperava que fosse. As poltronas não reclinavam muito e não eram nenhum pouco aconchegantes, mas pelo menos não tinha ninguém sentado do meu lado. A dificuldade na comunicação começou já em Frankfurt, já que os motoristas e TODOS os passageiros eram poloneses! Sempre que conto pra algum europeu que estou viajando sozinha eles ficam abismados e perguntam se eu não tenho medo. Eu digo que não, até porque não tenho mesmo, mas se eles continuarem com essa palhaçada acho que vou começar a ter um medinho sim, hehehe. Mas sei lá... acho que é porque eu estou indo pra esses lugares menos desenvolvidos da Europa, o nível de perigo aumenta comparado com a Alemanha. Só que eles nunca estiveram no Brasil né;)

Saída de Frankfurt às 19hrs e depois de muitas paradas e uma noite mal dormida, cheguei às 4:30 em Wrocław. Perguntei pro motorista onde que ficava a estação de trem (que deveria ser alí do lado) mesmo sabendo que não iria entender nada. Depois de vários gestos, fui seguindo o caminho indicado e encontrei uma polonesa muito da simpática que me ajudou a chegar lá. Ahh, a língua utilizada foi alemão:D. Chegando na estação (tinha um monte de gente dormindo lá) dei de cara com um MacDonalds!.. Pensei comigo: "É aí que vou ficar até amanhecer!". Quando estava na fila tentando entender o cardápio e fazendo a conversão dos preços, chega um menina falando polonês comigo. Infelizmente meu polonês não passava de "dzień dobry!" e me obriguei a tentar inglês né. Ela falava um inglês bem mais ou menos mas nos entendemos e depois de uma hora de papo já éramos melhores amigas!.. heuheu. Ela ficou super empolgada com o fato de eu ser brasileira e da minha família ter vindo de Wrocław. Infelizmente ela teve que pegar um outro trem e logo que amanheceu, segui as direções que ela me indicou e fui pro centro da cidade.


Wrocław, a capital da Baixa Silésia, é uma das cidades mais antigas e bonitas da Polônia. Por ser cortada por diversos canais, possuir 12 ilhas e mais de 100 pontes, é conhecida como "Veneza polonesa". Há muitos jovens nas ruas, já que é uma cidade universitária. Além de tudo isso, é a minha querida Breslau, de onde o Opa Wolff veio. A centro é lindo! Os prédios coloridos, estão sendo restaurados aos poucos. Perto da Universidade os prédios são mais "feinhos", mas muitos estão sendo restaurados. Logo que o ponto de informação turística abriu, lá fui eu atrás das atrações da cidade. Fui pra parte antiga da cidade, e conheci a Catedral de São João Batista. Não sei porque mas me senti muito be lá dentro. Havia muita gente na igreja rezando e se confessando (mais de 90% da população polonesa é católica). De lá fui conhecer o Panorama Raclawicka, um prédio circular feito especialmente para uma pintura de W. Kossak e J. Styka de 15 x 116 metros a qual mostra a batalha vitoriosa dos soldados de Tadeusz Kosciuszko em 1974! Durante a guerra, a pintura foi guardada e sobreviveu praticamente intacta. É simplesmente enorme e parece que a batalha ainda está acontecendo. Além da pintura há vários objetos, vegetação e uma iluminação especial a qual faz a pintura parecer uma imagem 3D. Muito interessante.

Com meu tempo limitado, escolhi conhecer a Universidade e seus salões e exposições.
Aula Leopoldina é um belo salão barroco no primeiro andar do edifício principal Universidade. Por lá ainda é possível visitar a torre da Universidade de onde se tem um bela vista da cidade e uma exposição contando a história dos 300 anos da Universidade. Foi nesse prédio que conheci meu segundo amigo de infância polonês (hehehe...) - o porteiro da Universidade! Um senhor muito simpático que falava inglês e já viajou muito por esse mundão a fora. Ele foi outro que ficou abismado com essa história do Opa Wolff ter vindo de lá, heheh.


Infelizmente meu tempo por lá estava chegado ao fim. Queria pegar o trem pra Cracóvia cedo pra não chegar lá à noite. Tirei minhas coisas do locker e fui comprar minha passagem... como o preço era absurdamente barato (menos de 20 euros por quase 300km), comprei bilhetes de primeira classe! Mas antes que alguém aí se empolgue tenho que explicar uma coisa. Os trem na Polônia não se comparam com os trens da Alemanha (isso vale pra todos os trem do leste europeu!). O que eu quero fizer com isso? Que a minha viagem foi de 5 horas (Wrocław - Kraków) e que a primeira classe dos trens poloneses não chegam nem aos pés da segunda classe dos trens alemães! A 1ª classe aí só serviu pra ter companhias mais agradáveis durante a viagem. Dormi quase todo o caminho e cheguei em Kraków às 18:30. A estação de trem de lá é bem melhor que a de Wrocław e fica do lado da Rodoviária de de um super Shopping da cidade!



Achei o meu Hostel super fácil (Mama's Hostel) e fui super bem recebida por uma polonesa que tinha acabado de voltar do Brasil. Não tivemos muito tempo pra conversar, mas aposto que teria encontrado mais uma amiga de infância nela.. hehehe.
Tomei um banho e relaxei no Hostel já que estava super cansada e o dia seguinte seria puxado.

Próximo post: AUSCHWITZ.




terça-feira, 24 de março de 2009

NEVE NA PRIMAVERA.

Olá leitores deste humilde blog!
Essa é a mais recente notícia que tenho para lhes dar... o tempo estão feio por aqui! Há dois dias levei um susto quando estava voltando da aula. De repente começou a ventar e cair uma Schnee-Regen muito estranha. Parecia granizo, mas meio derretido, meio que neve, sei lá... só sei que grudava no vidro do ônibus e o motorista não enxergava mais nada. Eu dei graças que já estava dentro do ônibus, hehehe. Ontem escutei na rádio que nos lugares de Hessen que estão a mais de 300m acima do nível do mar, tinha 10 cm de neve logo cedo . Aqui está meio estranho... chove um pouco, aí sai sol, aí mais um pouco de granizo... E hoje quando acordei, neve! Eu mereço né. Acho que fui premiada... não deveria ter me empolgado tanto quando nevou a primeira vez aqui, hehehe. Enfim, está nevando mas nada que acumule muito não, mas o suficiente pra deixar o tempo com cara de inverno de novo.
Na Polônia tá frio, mas acho que não vai nevar não. Saio hoje a noite, às 19hrs de Frankfurt. Estou um pouco com medo dessa viagem. Não medo da viagem em si, e sim do ônibus!.. heheh... Não sei porque fui ler alguns relatos de quem já tinha viajado de Eurolines e eles não me animaram muito, hehehe. Se bem que acho que mesmo o ônibus sendo apertado ou um pouco desconfortável, é melhor do que ir de trem (os trens do leste não são como os da Alemanha não) e ter que fazer mil e uma conexões. As malas já estão prontas, só esperado pra embarcar em mais uma das minhas andanças pela Europa.
Depois de muito pesquisar, me empolgar, desempolgar, quase comprar ticket de avião, resolvi ir pra Viena na Páscoa. Desde sempre queria ir pra Holanda em abril mas Amsterdam está cheia nessa época e os preços também não são os mais atrativos... e tulipa por tulipa, vejo aqui também.. só não naquela quantidade né:)
A segunda opção foi Estocolmo. Cidade linda, primeiríssimo mundo, e não é tão cara quanto parece! Tinha visto voos da Ryanair e ida e volta sairia por 80 euros, o que se transformou em 120 depois que eu "finalizei" a compra. Eles cobram pra tudo.. desde check-in no aeroporto até taxa sobre qual cartão de crédito você usa pra pagar a passagem! Achei isso um absurdo, falta de respeito com o cliente e me recusei de voar com eles. O dia que tiver dinheiro vou pra lá de Lufthansa:D Além do que, nessa época ainda estaria bem frio prás bandas de lá.
Então foi a vez de Viena. Mesma língua, cultura parecida, passagem barata, lugares lindos, primavera! Era tudo o que eu queria! Ainda não comprei os tickets mais vou fazer isso hoje a noite antes de pegar o ônibus pra Polônia. Vou de trem noturno, viajo a noite toda e é só 30 e poucos euros! A volta é a mesma coisa... Demais né?!
Mas se vocês pensam que essa vida de viajante é fácil, vocês estão muito enganados! Não me xinguem mas confesso que estou cansada de tanto "unterwegs"... sinto falta de ficar em casa e relaxar, sem te que pensar pra onde é que vou na próxima folga (não me xinguem!!!). Isso cansa também! Hehehehe... Volto da Polônia na segunda de manhã e na outra quarta já estou viajando de novo... vão dizer que não é cansativo! :P
Os Ysenburg vão passar a Páscoa em Kitzbühel. Quer dizer, só o Max e o Tassilo já que a mão da Sophie convidou ela e a Madeleine pra ir não sei aonde lá perto de Madagascar passar uns dias com ela e o marido. Chique né?... lá vão as duas madames nadar naquele mar feeeeio! A Sophie está indo mesmo pra mergulhar por lá. Enquanto isso, a Nina fica aqui com o Tassilo.. e laiaaa... hehehe.
Depois dessas viagens, a próxima será Itália com o Papi!:) Isso mesmo, a vinda do meu pai está confirmadíssima pro começo de maio! :D ... Nem acredito nisso, em pouco mais de 5 semanas ele vai estar aqui! Ahhh, se alguém tiver algum presente pra me mandar, por favor o faça! :P Huhauahuah...
Se cuidem!
Beijosssss......

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


PRAGA 13.01.09 - 16.01.09.

Comecei a semana toda empolgada com a viagem que estaria por vir. A Sophie nunca foi pra Praga e nem pra Budapeste então não pude pegar nenhuma dica com ela, mas já havia lido bastante sobre as duas cidades, no meu guia, no guia que baixei da internet, além de muitos comentários no Orkut e post’s de blog. No dia 13.01 cedo, o Max me desejou boa viagem e disse que se eu precisasse de alguma coisa em Praga ou Budapeste era pra eu ligar pra ele que ele faria contato com algum dos amigos dele por lá, e pelo que entendi, um deles era minístro de alguma coisa em Praga (desculpa então né... hehehe). Ainda levei a Maddy pro jardim e aproveitei pra passar na padaria e comprar uns pãezinhos pra fazer meu “Lanchpacket”. :D

Saí de casa às 10hrs no dia 13.01.09 e fui até a estação de trem de Gelnhausen. A minha ida à Praga teria 3 partes: 1. Gelnhausen-Fulda, 45 minutos; 2. Fulda-Dresden, 4 horas; 3. Dresden-Praga, 2 horas. A Teca pegou o trem Berlin-Praga que passa por Dresden e me encontrei com ela no trem já.


Saímos de Dresden às 17 horas e chegamos em Praga às 19:18 na estação Nádrazí Holezovíce. Logo percebemos que a estação em que descemos do trem não era a principal de Praga (Hlavní Nádravrí). Descobrimos isso quando fomos pedir informação sobre a rua do hostel e ninguém nos dizer onde ela era. Tivemos que pegar o metrô e ir até a estação Hlavní Nádravrí e de lá achamos o hostel bem fácil. Fizemos o check-in no hostel e fomos surpreendidas por um super quarto duplo com cozinha e tudo no quarto! E tudo isso por 16 euros por cabeça, muito massa. O problema é que teríamos que trocar de quarto (não me perguntem o porquê) as 3 noite que ficaríamos ali. Depois de deixar as malas por lá, fomos dar uma volta nas redondezas do hostel. Passamos no Mc D. pra comer alguma coisa e já de cara encontramos dois blumenauenses fazendo mochilão pela Europa, Filippe e Ricardo. Eles tinham vindo de Dresden no mesmo trem que a gente e pegamos o mesmo metrô pra ir pros nossos hostels. Saímos juntos pra dar uma volta pela cidade e foi bem divertido. Foi então que conhecemos a teoria deles: transporte público na Europa é de graça pra brasileiro! Hehehe...


Na quarta-feira, os planos eram de passar o dia do lado de lá do Rio Vltva (Malá Strana), onde o ponto alto seria o castelo de Praga. Mas antes disso precisávamos resolver a nossa passagem de Praga a Budapeste. Saímos do hostel pelas 9:30 e fomos até a Rodoviária. Tinha ouvido falar de um ônibus que seria uns 18 euros mas aí teríamos que viajar de dia e chegar lá a noite. Outra opção seria Eurolines, que viaja à noite, mas quando chegamos lá não tinha mais passagem barata e sairia uns 50 euros pra ir de ônibus até lá. Então fomos até na estação de trem e a simpática da atendente nos mostrou a opção de sair de Praga à meia noite e chegar em Budapeste às 8:30 da manhã, opção muito boa também, se não fosse pelo preço que era o mesmo da Eurolines. Resolvemos pensar durante o dia sobre o que faríamos e fomos aproveitar a cidade.





Atravessamos a Charles Bridge e fomos pro Castelo de Praga. Tava muuuuuuito frio e nem andando esquentava. Tivemos que subir uma ladeira até o castelo. Chegando lá fomos até a bilheteria comprar o nosso ingresso e o Audio Guide. Foi a pior coisa que poderíamos ter feito. Gastamos uma grana sem poder aproveitar muito além do que os que não pagaram aproveitaram. O ingresso não dava acesso ao castelo em si, e sim à algumas atrações que eles te por lá. O ingresso que nós compramos dava acesso à: Museu que contava a história do Castelo de Praga, Palácio Real (estava em reforma e não pudemos visitar), Basília de São Jorge, Convento de São Jorge – Galeria National e a Viela Dourada. A Catedral era de graça.A fiscalização não era lá aquelas coisas e onde tinha fiscalização, depois das 16 horas da tarde não tinha mais ninguém cuidando.


Mas voltando ao castelo. Depois de compramos os ingressos, corremos pra ver a troca da guarda ao meio dia. Muito legal. Então, depois de quase congelar do lado de fora, fomos visitamos a Catedral de São Vito na esperança de que estaria quentinho lá dentro. Que nada.. o AudioGuide que alugamos me fez passar mais raiva do que outra coisa. As explicações eram muito detalhadas o que deixava o negócio demorado e chato... e isso tudo tendo que agüentar o frio que eu tava passando. Vimos a Catedral e já corremos devolver o tal AudioGuide e nos esquentar na Heizung deles. Já era tarde e descemos o morro pra comer alguma coisa. Os meninos mandaram uma mensagem e quando terminamos de almoçar lá apareceram os dois. Antes de voltar pro castelo passamos pela Igreja de São Nicolau. Linda a igreja!


Subimos com os meninos e já falamos pra eles não comprarem ingresso pro castelo. Terminamos de visitar os lugares que o nosso ingresso dava direito e eles acabaram visitando praticamente a mesma coisa que a gente.


Quando descemos já estava escuro e começamos a pensar o que faríamos a noite. Resolvemos fazer uma janta lá no nosso Hostel, e quando estávamos à caminho do mercado encontramos mais uma brasileira, a Manu. Convidamos ela pra ir conosco e tava feita a festa, hehehe. No mercado, ela encontrou um outro brasileiro com quem ela estava andando os últimos dias e ele chamou a gente pra ri numa balada bem conhecida em Praga, Karlovy Lazne. Ainda tínhamos que jantar e voltar lá até às 22hrs pra conseguir um preço menor na entrada. Claro que não deu tempo né. Ainda tentamos lograr o cara da entrada mas não deu certo... lá não era de graça pra brasileiro, hehehe. Então fomos atrás de um bar pra provar da tão famosa cerveja tcheca. Lembramos de um por onde havíamos passado de dia e que nos chamou atenção: 27 Kc ou 1€ por 0,5L! era lá mesmo né. O bar já tava quase fechando mas ainda seguramos o garçom por mais um tempo lá. Pedimos uma rodada e começamos a cantar “Ein Prosit”. Pra nossa total surpresa, o dono do bar tava lá e arregalou o olho pra nossa mesa. O cara era de Bayern, já tinha ido pro Brasil e inclusive pra Blumenau! Aí pronto, virou amigo de infância né! Era Marcel e nada de outras formalidades, hehehe. Papo vai papo vem: “Ahhh, porque eu tenho uma casa em Toscana e se vocês forem pra Itália quero que vocês me avisem pra passarem uns dias lá comigo!”, “Ahh, porque meu apartamento em München é no lugar onde acontece a Oktoberfest!”,.... e aí por diante. Só sei que acho que o cara tava mais feliz por ter nos encontrado do que a gente por ter encontrado ele, hehehe. Pena que eles precisava fechar o bar mas essa não seria a nossa última visitar por lá. No final das contas, acabamos indo na Karlovy também, muito bom!





Na quinta, tava todo mundo meio “malexo”. Combinamos de nos encontrarmos no hostel às 10:30 e de lá fomos dar mais uma volta na cidade. O almoço foi lá no nosso amigo Marcel, mas ele não estava por lá. De qualquer forma, a comida estava muito boa. Pegamos um prato típico da Rep. Tcheca, que não é muito diferente da Baviera. Aí voltamos pro nosso Hostel porque os meninos tinham deixado as mochilas lá. Aproveitamos pra passar na estação de trem pra comprarmos as nossas passagens pra Budapeste. Demos mais uma volta pelo centro, entramos numas lojinhas, souvenires pra cá e pra lá e fomos fazer mais uma tentativa lá no Marcel. Até sentamos e pedimos uma pra tomar e alguma coisa pra janta mas ele não tinha aparecido por lá naquele dia, então revolvemos voltar pro hostel pra dormir cedo e aproveitar bem o nosso último dia em Praga.



A primeira coisa que fizemos foi ir atrás de informação sobre a nossa ida a Budapeste na estação de trem. Tudo que está relacionado a trem em Praga é uma bagunça. Tem duas estações de trem lá: a Nádrazí Holezovíce (mais afastada da cidade) e a Hlavní Nádravrí (que é pra ser a internacional). A chegada foi na Nádrazí Holezovíce e haviam nos informado que o trem pra Budapeste também sairia de lá... mas a dúvida era se pra Budapeste, por ser na Hungria, não deveríamos sair da estação “internacional”? Chegando lá, fomos no guichê de informação da estação achando que, por ser ponto de informação, seríamos atendidos por uma pessoa pelo menos com força de vontade de ajudar né. Pura ilusão! Simpatia é o que as pessoas que trabalham com turismo em Praga não tem. Mas mesmo sem entender o porque, descobrimos que o nosso trem sairia da Nádrazí Holezovíce mesmo.
Deixamos a antipatia deles de lado e fomos aproveitar as nossos últimas horas naquela cidade maravilhosa! Demos uma recapitulada nos pontos por onde já havíamos passado e tiramos muuuitas fotos. Mas só isso também porque o dinheiro tava apertando e os planos eram de comer no Mac o resto do dia, hehehe. Almoçamos lá sim, mas ninguém contava com a reviravolta do jantar! Depois do almoço ficamos de boa passeando pela Charles Bridge e aproveitamos pra nos esquentar na Starbucks, hehehe. No fim da tarde, resolvemos nos despedir do bar do Marcel. No que pedimos aquela Pivo pra encerrar o dia, o cara aparece! Já pediu uma pra ele e ficamos ali de boa conversando. Ele tava mais animado que a gente e tava querendo dar uma olhada na decoração de um bar ali por perto pra fazer a reforma no bar dele, hehehe, (isso que faz 2 meses que ele inaugurou!) e nos convidou pra ir junto. Chegamos lá, tomamos uma Pivo, ele olhou tudo o que queria e voltamos pro bar dele. No caminho de ida e de volta ele ficou perguntando se a gente tava com fome, e dizia que quando a gente voltasse pro restaurante dele iríamos jantar. Só que nem dei muita bola né... vamos chegar lá, tomar mais uma e vamos embora né. No caminho, encontramos a “simpática” da namorada dele (acho que é a falta de simpatia é um problema do leste, ehehe.). A guria é modelo fotográfica e veio de um Dorf lá do interior da Eslováquia. Quando chegamos de volta no restaurante dele, ele foi pra cozinha fazer o “nosso” pedido e 10 minutos depois o nosso queixo caiu. Ele tinha pedido 2 Eisbein enormes, repolho roxo, chucrute, knödel, um pão típico de lá, e sei lá mais eu o que tudo! Ahhh, além da Weißbier de Bayern né. Comemos aquilo pensando: pronto, se a gente tiver que pagar isso vamos ter que voltar pra casa antes de Budapeste, hehehe. A comida era uma delícia! E a namorada que tava com ciúmes no começo, no fim já tava mostrando foto de cachorro e não sei mais do que no celular dela, hehehe. O pior era que ela não falava alemão nem inglês, e o Marcel tinha que ficar traduzindo tudo pra ela. Mas acho que ele até gostava... ficava falando dela em alemão e certeza que ele traduzia diferente, hehehe. Claro que ele não deixou a gente pagar por toda aquela comilança (Ufa! Hehehe), mas agradeço a Teca pela cara de pai dela de depois de ter ganhado tudo aquilo na faixa, ainda ter pedido um caneco da pivô que o Marcel vende lá! Hehehe..
Infelizmente tivemos que nos despedir deles e ir pro hostel dar uma ajeitada nas nossas coisas. O único problema foi encontrar meia dúzia de argentinos por lá... é, não dá pra esconder o desgosto de ambas as partes, haha.

BUDAPESTE 17.01.09 – 19.01.09.
Saímos de Praga à 0:20 em direção a Budapeste. Sorte que não precisamos trocar de trem, mas a viagem não foi lá das mais confortáveis. Chegando em Budapeste já percebemos que negócio por lá seria um pouco diferente. As duas cidades estão no leste europeu, mas como Praga é muito mais turística, o susto foi maior quando chegamos em Budapeste. Depois de alguns tropeços conseguimos achar o nosso hostel. Só que aqui é meio arriscado seguir a teoria dos nossos amigos blumenauenses... achamos melhor pagar o ticket do ônibus até o hostel mesmo. Logo na chegada vimos que o lugar era meio underground, medooo.. hehehe. Era uma casa-hostel que tinha só dois quartos pra hóspedes. Mas estávamos ali só pra dormir mesmo.
Budapeste é dividida pelo rio Danúbio em duas partes, Buda e Peste. Essas duas partes foram unificadas em 1873 e assim estão até hoje. Buda é mais antiga que Peste, é onde está o castelo e os pontos mais históricos. Em Peste ficam todas as lojas, é centrão da cidade mesmo. O que não significa que também não seja bonito.
No primeiro dia ficamos em Peste. Visitamos Igreja Paroquial da Cidade Interna, Basílica de Santo Estevão, Heroes Square e Castelo Vajdahurryad, isso tudo a pé, olhando todos os detalhes da cidade. Voltamos pro hostel no final da tarde com o intuito de descansar um pouco e ir pro Museu Nacional que ficava aberto até às 18 hrs... o detalhe é que esse é o horário de visita para o verão e quando pensamos em sair de casa o museu já estava fechado. Então descansamos mais um pouco e pesamos no que que a gente poderia fazer à noite. Foi então que a campainha da nossa casa-hostel toca. Lá estavam Filippe e Ricardo! Sabíamos que eles estariam em Budapeste mas não estávamos conseguindo fazer contato com eles. Fomos pro Hostel deles que era duas quadras do nosso e achamos uns pares de brasileiros por lá e a festa tava feita. Muitas histórias contadas, hehehe...

O problema foi acordar cedo no outro dia. Havíamos programado ir do lado de lá do Rio Danúbio(Buda). O tempo não ajudou muito já que a neblina tomou conta da cidade. Começamos o passeio por Buda pela estátua do Santo Gellért, aí nos perdemos e resolvemos almoçar, cardápio: Gulasch. Aproveitamos pra perguntar como poderíamos chegar no castelo e conseguimos chegar lá. O castelo é enorme e além dele também tem uma pequena cidade lá em cima. A única decepção foi não conseguir nem ver o rio Danúbio lá de cima. Foi então que comecei a ficar com uma dorzinha chata de garganta, além do cansaço acumulado dos últimos 5 dias e resolvemos voltar pro Hostel.



O último dia da nossa viagem foi bem tranqüilo o único dia de sol. Acordamos um pouco mais tarde e às 11 horas fomos fazer um tour pelo parlamento húngaro, tour que inclusive é de graça para cidadãos da comunidade européia. Lindo lá dentro. Este é o maior parlamento da Europa com 268m de comprimento, 96 m de altura, 691 aposentos e mais de 2 km de corredores!




Almoçamos e aproveitamos pra tirar mais algumas fotos. Passamos no hostel e pra garantir fomos um pouco antes pra estação de trem (o trem era 15:10). O nosso trem já estava lá e já fomos entrando na plataforma. Foi lá que fomos pegas de surpresa por um cara suuper “gentil” que saiu andando com as nossas passagens na mão. Ele queria nos “ajudar” a entrar no trem e a colocar as nossas malas dentro da cabine. É claro que ele queria dinheiro né... só que a única coisa que a gente tinha era uns 150 floris, uns 50 cents de euro.. ele não gostou muito mas não pedimos nada pra ele também.

Fui com a Teca até Viena. De lá fui pra München, Stuttgart, Frankfurt e Gelnhausen. O pior foi esperar em Stuttgart por duas horas de madrugada, mas achei uma sala de espera lá que tava tranqüila e quentinha. Chegando em Gelnhausen ainda encarei 50min de ônibus até Breitenborn. Depois de 17 horas de viagem, cheguei em casa às 8hrs da manhã do dia 20.01.09 e tudo o que eu queria era tomar um super banho, mas claro que o óleo da Heizung tinha acabado bem naquela hora e não tinha água quente.

Enfim, num balanço geral, Praga foi mais do meu agrado. Agora estou louca pra conhecer mais do leste europeu!
Ahh e desculpe o tamanho do post mas sería um pecado cortar ele em mais partes :)