Que lugar incrível! Indescritivelmente melhor do que eu imaginei que seria!
Não sei nem por onde começar a contar...
Enfim, acho que pelo começo né... Então vamos lá!
Tudo começou mal, mas muito mal!
Planejei sair de casa na sexta (25.09) com o ônibus das 7hrs da manhã. Não tinha muita certeza se realmente existia um ônibus às 7hrs, mas resolvi deixar pra ver isso quando acordasse, às 6:20. Depois que o despertador tocou eu ativei o "soneca" e voltei a dormir. Quando ele tocou pela segunda vez, resolvi levantar e dar uma conferida no tal do horário do ônibus. Pro meu desespero, ele estaria saindo às 6:40 e não às 7hrs! A sorte é que a minha mala já estava pronta, e foi só colocar celular, iTouch, garrafa de água, etc, na bolsa e CORRER pro ponto de ônibus!
Logo que coloquei o nariz pra fora do portão de casa, senti que não tinha fechado a garrafa de água direito, mas não tinha tempo de checar esse detalhe naquele momento e simplesmente corri pra não perder o ônibus. Quando me sentei e abri a bolsa, TUDO estava ensopado... inclusive celular e iTouch! Comecei a tentar secar tudo feneticamente e nem um nem outro queria ligar mais! Pensei pronto, se o final de semana começou assim, imagina o que não vai acontecer até segunda!
Nesses dois aparelhinhos estava TODOS os números de telefones, endereço de hostel, informações da festa ou seja, eu estava literalmente perdida! Não poderia nem ligar pro Rica e avisar o que tinha acontecido porque não sabia o número dele decor!
Quando cheguei em Gelnhausen, fui até a plataforma e me sentei tentando por a cabeça pra funcionar e dar um jeito de resolver o problema. Foi então que lembrei que ainda não tinha comprado a passagem do trem que eu pegaria em 5 minutos!.. Fui até à máquina e adivinhem... ela não aceitava notas de 20 euros e eu não tinha trocado pra pagar uma passagem de €6,95! Perguntei pra TODAS as pessoas ao meu redor se alguém poderia trocar os 20 euros por duas notas de 10, mas ninguém tinha nada. Eu também não tinha mais tempo de ir até a banca pra trocar a nota. Aí uma mulher falou pra eu entrar no trem e explicar a situação pro cobrador. É muito difícil eu encontrar o cobrador logo que eu entro no trem.. muitas vezes eu nem encontro ele. Bem, naquele dia eu estava sentada por 2 minutos e ele apareceu! Expliquei a situação e ele começou a me xingar... disse que queria a minha identidade porque iria me aplicar uma multa de 40 euros por eu estar viajando sem passagem. A mulher que tinha me "ajudado" na plataforma estava do meu lado e era testemunha que eu tinha tentado comprar a passagem, mas mesmo assim ele queria me multar. Eu disse que não iria pagar nada, que iria desembarcar na próxima estação, compraria uma passagem e entraria no próximo trem. E foi o que fiz, só que antes do trem partir o cara veio e me disse que era pra eu subir no trem. Ele disse que eu poderia ira até a próxima estação porque lá o trem passava mais frequentemente e eu não precisaria ficar esperando tanto. Pelo menos isso né! Desembarquei então em Langelselbod, comprei uma passagem e em 20 minutos ja havia embarcado no outro trem.
Um problema a menos... agora já poderia voltar a pensar em como iria encontrar o Rica na estação em Frankfurt. Lembrei que ele disse que chegaria um pouco antes e fui até o lugar onde a gente sempre se encontra lá. Cinco minutos depois, vi uma luz no fim do túnel.. ele estava chegando! Ufa... outro problema resolvido. O próximo também não seria lá tão difícil...
Na Alemanha, é bem comum pegar carona. Tem
sites e
mais sites que organizam isso e foi o que fizemos. É tudo muito organizado e vale muito a pena. Não precisamos desembarcar mil e uma vezes como quando vamos de trem. O carro era muito bom, o motorista também, e o melhor, 400km por apenas 20 euros! Só que tem que saber escolher né... furada também tem e monte.
Mas então... eu tinha que ligar pro cara da carona quando nós chegassemos na saída sul da estação. Coloquei meu chip no celular do Rica e como eu não tinha o número dele gravado só esperei que ele se manifestasse... hehehe. No final conseguimos nos achar.
Foram 4 horas de viagem, e quando menos esperávamos lá estava o Allianz Arena! Meu coração disparou e só pensei: Jetzt geht's los! Hehehe...
O cara nos deixou na estação de trem de München, deixamos as coisas no hostel e corremos pro Theresienwiesn. O engraçado é que nem precisamos de mapa, foi só seguir o fluxo! hehehe...
Não preciso nem falar que quase tive um treco quando vi a placa "OKTOBERFEST", né? Não sabia pra onde olhava, onde ia, o que deveria fazer primeiro... nostalgia!
Tiramos algumas fotos, depois entramos em alguns pavilhões, mas estava tão cheio que não conseguíamos achar nenhum lugar pra sentar. A fome já estava apertando e decidimos sentar no Biergarten da Löwebräu pra comermos alguma coisa. O cardápio era uma perdição. O prato típico da Oktoberfest é o Hendl, frango assado, aquele de televisão de cachorro mesmo. Mas eu estava com vontade de comer Käsespätzle, só que a mulher trouxe chucrute, mostarda e salsicha!.. Tudo bem, eu estava com fome e comi aquilo mesmo! Hehehe...
Depois do almoço, decidimos que teríamos que entrar logo na fila de algum pavilhão, senão passariamos a noite fora. Optamos pela Bräurosl, já que aquele meu amigo Opa que conheci na nossa última ida a München me disse que estaria por lá. Espera, empurra-empurra, vontade de ir no banheiro, conversas com os vizinhos de fila, e 3 horas depois estávamos lá dentro! Ufa! Eu estava tão empolgada que esqueci completamente de ir atrás do Opa! Hahaha... Mas depois fiquei sabendo que ele não estava lá naquele dia mesmo.
Enfim, foi muito legal! Eu e o Rica dançamos um monte, enquanto aquela "alemoada" só ficava sentada olhando.
A única coisa chata é que a venda de cerveja acaba às 22:30, aí os seguranças já começam a cercar, as luzes acendem e até no máximo meia noite o pavilhão está vazio.
No sábado (26.09) acordamos às 6:30 da manhã, tomamos banho e fomos pra lá entrar na fila da Hacker Festzelt. Um aperto do inferno e a única coisa que eu pensava era em entrar logo no pavilhão antes que eu desmaiasse. O problema foi que chegamos lá já era quase 8:30 da manhã e não deu outra, por pouco não conseguimos entrar no pavilhão! Tínhamos duas opções, procurar outra tenda (mas àquela hora já estariam todas lotadas) ou ficar na fila e esperar as 5-6 horas que os seguranças estavam anunciando pra entrar no pavilhão. Vocês podem estar achando loucura, mas ficamos com a segunda opção. Pra nossa sorte, logo que o aglomero diminuiu encontramos mais dois brasileiros, o Guilherme e o Marco. Cada um contava uma história mais engraçada que a outra, piadas (vaaai tartaruguinha! hehehe...), experiências (ahh, as cariocas, né Marco! hahaha...) ... e a partir da 2º hora de espera, estávamos num estado em que ríamos de qualquer coisa que acontecesse, de qualquer história ou piada sem graça,...
Ficamos sem comer, sem tomar, sem ir ao banheiro, sem dançar, sem notícias de quando a maldita porta iria abrir por quase 8 horas! Eu acho que só consegui ficar lá esse tempo todo porque não estava sozinha e dei boas risadas, mas confesso que quase desisti 10 minutos antes de liberarem a nossa entrada. Entramos no pavilhão às 16hrs da tarde e a primeira coisa que fiz foi comer um Käsebretzel e tomar água! Lugar em mesa? Já tinha desistido disso há muito tempo.. o jeito era aguentar os meus pés pedindo socorro dentro dos meus sapatos! hehehe... Já lá dentro encontramos vários outros brasileiros.. eles iam e vinham, mas o Bruno, um vizinho joinvillense, se juntou ao quarteto sobrevivente! (Ahh, quando eu chegar no Brasil a primeira coisa que vou fazer é me candidatar pro "NoLimite"! Hehe)
Foi sofrido mas valeu cada segundo que fiquei naquela maldita fila. A energia da Hacker (Der Himmel ist der Bayern!) é demais! As músicas, as pessoas usando traje, até os garçons apitando no nosso ouvido querendo passar não estavam me incomodando! Tirando os brasileiros que eram reconhecidos de longe, quase não vi estrangeiros por lá, o que faz da festa na Hacker ser mais tradicional do que nos outros pavilhões.
Depois de 18 hrs em pé, meu corpo já não aguentava mais e "larguei os bets". Voltei pro hostel, tomei um banho e caí na cama até às 9hrs do outro dia!...
Por sinal, o outro dia (27.09) era o meu dia! Nunca achei que fosse ficar feliz de fazer aniversário num domingo, mas foi a melhor coisa, se tratando de Oktoberfest. Chegando lá, falei pro Rica que eu até topava ir num brinquedo, pra comemorar né... aí ele escolheu e eu amarelei! Sério, rodar a 55m de altura com apenas umas correntes me segurando não era o que eu estava planejando pro meu 24º aniversário. Deixei ele ir sozinho enquanto fui passear e tirar umas fotos. Eu havia visto na internet que haveria uma banda com 300 componentes (músicos que tocam nos pavilhões) tocando no segundo domingo de festa. Quando estava vagando por entre os brinquedos, vi um telão onde estavam passando a apresentação da tal banda. Peguei o Rica no portão de saída do briquedo e fomos procurar a tal banda. No final da rua das cervejarias tem uma estátua da Bavária, a protetora da Baviera e era lá que a banda estava tocando. Praticamente o público todo era alemão, já que esse é o tipo de coisa que interessa a poucos estrangeiros. O céu estava azul, os "Alpen Horn" tocando em uníssono, a Bavária como cenário,... e o melhor, tudo isso acontecendo no meu aniversário! Quem me conhece sabe como eu me senti... foi emocionante!
Mesmo antes da apresentação acabar, já fomos indo mais pra trás do tumulto porque sabíamos exatamente pra onde todo aquele povo estaria indo no final... almoçar! Nós entramos no pavilhão Winzerer Fähndl - Paulaner, porque eu não poderia comemorar tomando outra coisa =D
Levamos muita sorte por achar dois lugares livres numa mesa onde estávam uns bávaros bem gente boa, dois homens e duas mulheres, e uma delas também estava de aniversário naquele dia!
Aproveitamos o clima meio "familiar" e nos lambuzamos comendo Hendl e tomando a melhor cerveja do mundo! E de sobremesa... Apfelstrudel! Perfeito!..
Conversei bastante com o pessoal da nossa mesa, mas eles não ficaram muito tempo por lá. Qualdo eles mal tinham se levantado os italianos já invadiram o lugar. As amigas do Rica de Frankfurt foram nos encontrar. Logo depois sentou uma mulher bem divertida do meu lado, eu fui dançar com o Rica e quando voltamos não demorou muito pra que todo mundo estivesse em cima dos bancos! Aquela energia não existe em nenhum outro lugar no mundo... os alemães são sim fechados ( ... e eu tirei a prova disso naquele dia), mas também sabem fazer festa, do jeito deles mas fazem. Na Oktoberfest não tem pista de dança. O pavilhão é enorme, 6-7 mil pessoas, mas só tem mesas e bancos. Quer dançar? Sobe em cima do banco ou se manda pro corredor e "despenteia"! Hehehe...
Só estava faltando uma coisa pro meu aniversário ficar completo. Há quase 5 meses atrás, quando meu pai estava me visitando, conheci a Ane e a Rúbia em
Trier. A Ane mora na Bélgica e continuamos a nos falar durante esses meses. Achei que fosse conseguir encontrar ela em alguma ida minha à Bruxelas mas nunca deu certo. Só que como ela é apaixonada por cerveja, não teve dúvida quando convidei ela pra ir pra München comigo e comemorar meu aniversário na Oktoberfest! Quando ela chegou na festa, não estávamos nos achando, mas foi então que o "anjo Ricardo" apareceu e achou ela pra mim! Hehe. Daí foi só alegria!... Pulamos, dançamos, brindamos, aproveitamos cada segundo de cada música! Obrigada pela companhia Ane!
Mas antes que a festa acabasse, fomos dar uma volta nos pavilhões. O Hofbräu Festzelt estava lotado e um tio bigodudo me levantou pra eu tirar uma foto de lá! Hehehe...
De lá seguimos pra Armbrustschützenzelt, e como a festa já estava acabando mesmo, resolvemos ficar por lá. O final da festa por lá estava meio feio e a maioria do pessoal que estava lá era americano! ... Tá certo que eles não são nenhum pouco interessados no que está a mais de 5cm longe do umbigo deles mas enfim, eles também são filhos de Deus né. E simpáticos eles são... foi só encontrar um que esse já foi apresentando o outro, e depois o outro ... e em menos de 10 minutos ja conhecia todo mundo! E quando contei que naquele dia eu estava de aniversário então, vixxx! Hehehe... Até rodada de tiro na barraquinha eu ganhei! De 12, acertei 4! Mas vamos combinar que naquela altura do campeonato eu já não estava podendo muito mais que isso!.. hehehe.
E pra fechar com chave de ouro, paramos num boteco e ainda tomei uma Weißbier do tipo! Depois dessa meu inglês estava tinindo! huahuahua...
Mas como o que é bom dura pouco, tive que me contentar em voltar pro hostel (...já tinha mais 3 brasileiros acampados no nosso quarto... eu digo que é que nem praga mesmo, hehehe...) e descansar pra no outro dia pegar mil e um trens até chegar em casa...
É, a realidade é dura! Hehehe...
Esse foi o melhor aniversário de todos os tempos! Os são-bentenses que me desculpem mas a Oktoberfest de München dá de dez a zero na Schlachtfest ou em qualquer festa alemã no Brasil. O pior é esperar até ano que vem...
Que venha 2010! Que venha meu 25º aniversário!