terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ISTAMBUL - Parte 2


E a história continua...


Na sexta-feira acordei cedo, tomei café no Hostel (o café é incluído). Era café típico turco – pão, tomate, pepino, ovo, queijo de cabra, geléia, Nutella (yumyyy), cereais, chá e café. Muito bom pra ser num hostel. Saí antes das 9hrs e fui visitar o Topkapi Palace (20TL Palácio e 15TL pro Harém – vale a pena!). Topkapı significa "porta do canhão". Foi construído por Maomé II, o conquistador, logo após a conquista de Constantinopla, em 1453, e foi a residência dos sultões por três séculos. Atualmente o Palácio é dividido em várias salas de exposição com objetos de ouro (tronos, xícaras, talheres, berços, jóias diversas cravejadas em pedras preciosas), prata, cerâmica, miniaturas, roupas e relíquias sagradas para os muçulmanos, como os fios da barba e a marca do pé do profeta Maomé. Jardins maravilhosos, construções de mais de 500 anos, vista pro Estreito de Bósforo. Lindo! A dica que eu dou é ir cedo pra evitar o tumultuo de turistas (abre às 9hrs). Levei mais de duas horas pra conhecer tudo e quando saí do Palácio já tinha muita gente por lá.

Saí de lá e segui descendo a rua do bonde em direção a Taksim. Comprei souvenires e parei na estação de trem pra procurar algum vestígio de Orient Express, mas nada dele. A única coisa que tem por lá é um museu da estação. Sei que é de graça mas, não sei porque ele estava fechando quando fui visitar. Deve ser interessante.
Fui procurar a estrada do museu o lado de fora da estação e levei um susto. Aquele ali era meio que um ponto de encontro de homens. Tinha muito homem e confesso que foi constrangedor passar pelo meio deles. Os turcos não tem vergonha de ficar olhando e se metendo no que você está fazendo... mas é cultural né. Na parte histórica (turística) da cidade, não dá pra ter noção de como a sociedade funciona porque a maioria das pessoas que estão ali são turistas ou turcos que vendem coisas pra turistas. Mas é só ir pro centro da cidade que você consegue visualizar como as coisas funcionam. Há muitas mulheres na rua, diferente do que estava imaginando encontrar. Muitas delas não hijab (véu), principalmente as jovens e, pelo que dá pra perceber, elas são muçulmanas dos século XXI. Está no Alcorão que toda mulher muçulmana deveria se cobrir com seus véus porque é mais conveniente para que não sejam molestadas. Isso tem uma finalidade. O significado do véu é esconder das vistas do homem tudo aquilo que desperta o desejo. Toda a sensualidade, toda a beleza, a mulher esconde isso dos homens e restringe isso ao seu marido e ao ambiente familiar. Na presença dos pais, avós, tios, sogros, a mulher pode se produzir da maneira que quiser, pode se maquiar, fazer o cabelo e se vestir da maneira que quiser. O objetivo é não despertar o desejo de outros homens. Nas mesquitas, as mulheres não podem ficar no mesmo lugar que os homens... o lugar delas é nos fundos, atrás de uma “parede”.


Mas voltado à Istambul... aproveitei que já estava por ali e andei pelo calçadão que tem na beira do Golden Horn (um estuário que divide o lado europeu da cidade de Istambul) .... um visual incrível! Atravessando a ponte, observe as várias pessoas pescando lá de cima. Do outro lado, fica Beyoğlu o centro da cidade. Seguindo no sentido da ponte, você verá a Galata Tower (10TL). Os genoveses construíram a Torre de Galata em 1.348, a qual integrava uma muralha defensiva da região que conquistaram dos bizantinos. Ela foi chamada pelos genoveses de Torre de Jesus. O diâmetro interno é de 9 metros e no período otomano foi usada como prisão, farol, armazém e torre de observação de incêndios. A visão de lá é incrível, mas é meio apertado pra andar ao redor da torre. Aproveite pra tirar muitas fotos:D.
Já que estava do lado de lá da ponte, aproveitei pra conhecer a região e procurar a famosa Karaköy Güllüoglu (desde 1949). Esse lugar é o paraíso para os adoradores de doces árabe e é considerado a melhor confeitaria da cidade. Me acabei lá, hehehe, muito bom mesmo!
Antes de voltar pra Sultanahmet, aproveitei pra conhecer o Bazar Egípcio ou Bazar das Especiarias. O edifício foi construído no século XVII depois da conquista do Egito pelos Otomanos. Se acha de tudo por lá... chás, temperos, nargilés, frutas secas, tabaco, peixaria, xales, souvenires,... paraíso para os amantes das arábias:) As cores, o cheiro, as pessoas,... não tem como não gostar.

Falando das pessoas, tenho que dizer que os turcos são realmente pessoas simpáticos. Confesso que a primeira impressão não foi das melhores mas logo que você se acostuma com a cultura eles se tornam muito legais. A todo momento eles te chamam e soltam um “ Hi! Where are you from?”... e a maioria dessas pessoas vai tentar te vender alguma coisa. Logo que cheguei no segundo Hostel , o cara da recepção me disse pra não responder nada quando eles perguntassem alguma coisa.. e foi o que eu fiz. Mas com o tempo você começa a perceber quem quer te vender alguma coisa e quem quer só conversar conhecer alguma nova cultura. Ahhh.. e quando você fala que é do Brasil, pode ter certeza que eles vão te amar! Hehehe. Eu aprendi essa lição de um jeito meio constrangedor, hehehe.
Depois do Bazar das especiarias, segui em direção a Sultanahmet e fui até a Mesquita Azul (entrada de graça, mas você deve tirar os sapatos e as mulheres devem cobrir a cabeça com um véu ou xale e não devem usar saias ou shorts curtos. A mesquita fecha para os turistas na hora das orações). A Mesquita Azul foi uma resposta do Sultão Ahmet I (1000 anos depois) ao Imperador Justiniano e sua Hagia Sophia. Considerada uma das mais bonitas mesquitas do mundo, é a única a ter 6 minaretes. Uma verdadeira sinfonia de belos mosaicos azuis de Izmir dão a este espaço uma atmosfera muito especial. Não há figuras no interior da Mesquita pois os muçulmanos não cultuam imagens. É um lugar emocionante, mesmo não sendo muçulmano. É incrível como a religião é tão presente na vida daquelas pessoas. Do lado de fora de cada Mesquita existem alto falantes. Em determinadas horas do dia esses alto falantes ecoam as cinco orações do dia. É simplesmente mágico estar andando e escutar esse tipo de coisa... realmente não tem como não se sentir em outro mundo. Depois de visitar a mesquita sentei num degrau e fiquei só olhando pra ela e imaginando tudo o que já havia acontecido por ali.


Foi então que chegou um turco e veio com aquela conversa: “Hi, where are you from?”.. Aí não me agüentei e falei né.. “Porque vocês sempre fazem essa pergunta? Sabia que isso enche o saco?”. Tava de cara porque ninguém te deixa sossegado mesmo... aí ele falou que ele não queria vender nada, que só tava curioso mesmo (isso é bem típico de turco). E nessa começamos a conversar e me desculpei pelo jeito de falar e disse que não tava acostumada com isso. Segundo ele, ele era dono de uma loja de tapete e me convidou pra tomar um chá. Pensei, eu vou né... não vou perder nada. Lá fomos nós e no caminho ele me mostrou a suposta loja de tapetes dele... era a mesma loja que eu tinha ido no dia anterior! Hehehe... eu não tinha visto ele lá e a partir daí fiquei mais esperta na conversa dele. A minha sorte é que tinha combinado e fazer alguma coisa com o pessoal do hostel naquela noite e assim tinha uma desculpa pra voltar pra lá cedo, hehehe. Mas foi legal conversar com um nativo, apesar de ele não ser de Istambul. Depois disso acabei entrando na dos turcos... conversava, puxava papo,... e isso me rendeu boas risadas!.. hehehe...
Fui pro hostel pra dar uma disfarçada e logo saí pra tirar umas fotos à noite. Fui no Grand Bazaar mais uma vez e a insistência foi menor dessa vez.... acho que foi porque eu estava com a câmera na mão, hehe. As fotos ficaram ótimas e me perdi mais uma vez lá dentro. O nome não mente não, aquele lugar é incrivelmente grande!.

No caminho de volta, escutei alguém falando português e encontrei 5 brasileiros! O Rodrigo, que também estava no Bahaus, e mais 4 meninas que estavam no hostel na frente do nosso. Elas foram pra algum outro lugar enquanto eu e o Rodrigo voltamos pro Hostel. Toda noite acontece alguma coisa no hostel, e essa era a noite da belly dance! A menina dançava realmente muito bem... mas como não entendo muito de dança do ventre sei lá se ela era realmente boa naquilo. O Rodrigo os gringos e eu estávamos de boca aberta, só que nós (brasileiros) estávamos adorando e eles achando um absurdo! Hehehe....

E assim a parte 2 de Istambul chega ao fim.
A terceira e última parte virá logo mais ;)

2 comentários:

  1. Cara, to AMANDO ler tudo isso sobre Istambu. Sou muito curiosa e fico fascinada com os muçulmanos. E é bem aquilo mesmo que tu falou sobre a mesquita e a religião, é incrível como eles são e lidam tão bem, não é? Imagina que tem muita gente por aí que tem vergonha de dizer de que religião é, de falar algo de Deus ou seja qual for a religião.

    Enfim, to amando tudo isso e com certeza será um lugar que irei conhecer! :D

    ResponderExcluir
  2. Nossa, a Baklava é mesmo tuuuudo de bom!!! Voltei 1 kg mais gorda e tenho certeza que a responsável foi a danada da baklava! E olha que andei muito a pé pela cidade... se tivesse usado só o tram eu estava perdida! kkk

    ResponderExcluir